Duzentos mil trabalhadores manifestaram-se ontem em Lisboa contra a revisão do Código do Trabalho, numa iniciativa convocada pela CGTP. A estrutura sindical exige que José Sócrates altere as propostas do Código do Trabalho e as suas políticas sociais.
Por entre palavras de ordem como "reformados e mal pagos"ou"contraa precariedade no trabalho", 200 mil manifestantes, segundo a PSP, ou mais de 250 mil de acordo com a CGTP, percorreram a avenida da Liberdade criticando o queclassificamcomo"apior ofensivadoGovernocontraos trabalhadores".
A manifestação nacional integrou trabalhadores do sector privado e da Função Pública que desfilaram lado a lado. Este números igualam o maior protesto da central sindical, organizado a 18 de Outubro, contra o aumento do desemprego.
Antes da concentração, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, garantiu que não ia alterar a proposta do Código do Trabalho em função do número de manifestantes. O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, lamenta a tomada de posição, recordando que "os governantes têm de saber interpretar os sinais. Se um ministro diz que tanto faz a manifestação ter dez mil ou um milhão de pessoas, alguma coisa está mal na sua concepção de Democracia". José Sócrates disse aos jornalistas, à saída da Assembleia da República, que não os números não o impressionavam. "O que me impressiona são os argumentos", antes de manifestar desacordo com os motivos da manifestação.
Um grupo de sindicalistas socialistas da CGTP, liderados por Carlos Trindade, abandonou a manifestação por não gostar de ouvir palavras de ordem a pedir a saída do Governo.
Pedro H. Gonçalves
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