sexta-feira, 19 de março de 2010

Função Pública. Diferenças salariais são cada vez maiores

Os funcionários públicos mais bem pagos ganham 7,45 vezes mais do que os mais mal pagos. Em 1985, o fosso era metade deste valor.

Os salários mais altos pagos na função pública ascendiam no final do ano passado a 3364 euros mensais, 7,45 vezes mais que os 450 euros pagos a outros funcionários do Estado. Nos últimos anos o fosso salarial entre os mais bem pagos e os mais mal pagos da função pública agravou-se. A razão é simples: décadas de aumentos idênticos para todos independentemente dos níveis salariais.
Em 1978 os funcionários do Estado mais bem pagos recebiam 3,5 vezes o que ganhavam os mais mal pagos. Esta diferença manteve-se até 1985. A partir do final dessa década, segundo os dados do Sistema Retributivo da Administração Pública compilados no Pordata, a diferença chegou a níveis históricos. O ano em que o fosso mais se agravou foi o de 1996, quando os melhores salários representavam 8,38 vezes as piores remunerações: os mais bem pagos ganhavam 2294 euros por mês, contra os 273,8 euros pagos àqueles que recebiam o salário mais baixo. Nos anos seguintes houve uma ligeira melhoria, com o pior ordenado a valer 7,04 vezes o melhor vencimento – em 2008.
Porém, e no ano passado, o fosso voltou a crescer. Depois de anos de congelamentos salariais na função pública, José Sócrates decidiu aumentar as remunerações destes funcionários 2,9% em ano de eleições, opção que resultou num agravamento – mais 2,9% para quem ganha 3000 euros é diferente de mais 2,9% para quem recebe 450 euros.
Considerando todos as evoluções salariais desde 1966, nota-se que as remunerações mais baixas do Estado cresceram a um ritmo médio anual de 13,23% nos últimos 43 anos. Este é um valor que fica abaixo da evolução do tecto máximo das remunerações pagas pelo Estado. No mesmo espaço temporal, os salários mais altos na função pública evoluíram a um ritmo anual de 13,43%.


Profissões
Olhando para as várias classes profissionais e utilizando séries de dados entre 1989 e 2008, conclui-se que, entre os enfermeiros, docentes universitários e os guardas profissionais, o fosso salarial agravou-se nos últimos anos. Já entre os diplomatas, médicos, GNR/PSP, professores, militares, magistrados e bombeiros sapadores a tendência dos últimos 20 anos tem sido de redução do fosso salarial.
A maior quebra neste diferencial deu-se entre os médicos. Se em 1989 os médicos com melhores salários recebiam o equivalente a 5,13 ordenados dos seus colegas com pior remuneração, em 2008 o diferencial ficou-se pelas 3,6 vezes. Também nos efectivos da PSP -ou da GNR se verificou uma redução significativa. No final da década de 80 os agentes mais bem pagos ganhavam o equivalente a 6,29 salários dos seus colegas mais mal pagos, no final de 2008 apenas ganhavam mais 5,2 vezes. Já nos bombeiros, magistrados e professores, a evolução tem sido lenta. De 1989 a 2008, os bombeiros mais bem pagos deixaram de ganhar 2,57 vezes o ordenado daqueles que tinham pior remuneração, para passarem a ganhar o equivalente a 2,49 vezes. Evoluções semelhantes às das outras duas profissões. Nos magistrados passou de 2,6 para 2,4 e nos professores de 3,1 para 3.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Futurália arranca hoje e propõe 5200 empregos

Ministra da Educação inaugura feira, na FIL, com ofertas de emprego e formação para jovens. Concursos dão estágio e bolsas.

A Futurália 2010, que decorre entre hoje e sábado na FIL (Parque das Nações), promete apresentar pelo menos 5175 ofertas de emprego nacionais e algumas no estrangeiro, em 31 países, aos 40 mil visitantes esperados.
As ofertas partem de algumas das mais de 450 entidades participantes na feira organizada pela Associação Industrial Portuguesa, onde se incluem os portais expressoemprego.pt e net-empregos.com, além de marcas como a Calzedonia e várias empresas de recrutamento.
A feira, direccionada para um público-alvo jovem, conta também com uma representação significativa de instituições educativas, com ofertas que vão do 9.º ano ao ensino pós-graduado. Programas de intercâmbio complementam as sugestões.
Além das propostas de emprego e formação, estão previstos vários workshops de especialistas, que vão ajudar os visitantes a aprenderem a escolher as melhores soluções para os seus futuros.
Finalmente, para os candidatos mais talentosos estarão ainda disponíveis alguns prémios.
A FIL, para promover o evento, comprometeu-se a oferecer um estágio remunerado de um ano, no seu departamento de Direcção de Feiras, ao visitante que apresente o vídeo de candidatura mais original. Uma iniciativa baptizada de "O estágio é teu".
O concurso Grande Será o Nosso Futuro, promovido pelo Programa Operacional de Desenvolvimento Humano, vai distribuir dois vouchers de estudo aos depoimentos com mais potencial, no valor de 3500 e 2000 euros.
A ministra da Educação, Isabel Alçada, preside hoje à sessão de inauguração da feira, por volta das 11.30. Alçada regressa ainda à FIL, da parte da tarde, para a entrega de prémios de um concurso de jornais escolares.
O Ministério da Educação está representado com seis espaços temáticos, que incluem recursos educativos digitais e informação sobre os seus serviços.

segunda-feira, 8 de março de 2010