O subsídio de desemprego deverá ficar este ano 354 milhões de euros acima do orçamentado, um desvio que o Governo vai ter de corrigir ou este ano ou no próximo, eventualmente com recurso a regras ainda mais austeras no regime daquela prestação.
De acordo com os dados da execução orçamental até julho, a Segurança Social gastou já nestes sete meses quase 1481 milhões de euros com o referido subsídio e apoios ao emprego. Nos primeiros sete meses do ano, a despesa com esta rubrica aumentou uns expressivos 22,6% em termos homólogos.
Esta verba, a continuar a evoluir deste modo, consumirá no final do ano um total de 2539 milhões de euros, mais 354 milhões do que os 2185 milhões previstos em março, no Orçamento Retificativo.
Esta derrapagem equivale a 0,2% do produto interno bruto deste ano. Ou seja, só por si agrava o défice em duas décimas, colocando-o em 4,7%. A meta oficial é 4,5%.
Pedro Passos Coelho disse ontem que este desvio não pode continuar. "Há comportamentos, sobretudo do lado do desemprego, que são conhecidos que têm reflexos orçamentais quer do lado das receitas fiscais em particular, quer do lado dos subsídios de desemprego", referiu citado pela Lusa.
"Isto suscita outros desafios orçamentais que vamos ter que saber superar", avisou. Suscita até porque o desemprego deverá continuar a subir neste ano e parte do próximo, isto se a recessão não se prolongar por todo o ano de 2013. Aí, o cenário tenderá a ser ainda pior.
O aviso do chefe do Governo já tinha ecoado há quatro meses através do ministro das Finanças, Vítor Gaspar. Na altura, este tinha alertado que "existe, no entanto, uma área que precisa de ser acompanhada com particular cuidado, que é a área da Segurança Social em que se verifica o efeito da evolução da taxa de desemprego e a evolução da massa salarial que incide quer sobre a despesa, quer sobre a receita da Segurança Social. Trata-se de um fenómeno cíclico".
Fonte: Dinheiro vivo
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